domingo, 28 de agosto de 2011

No Dia do Bancário categoria se prepara para campanha salarial.

Há 56 anos, no dia 28 de agosto de 1951, a categoria bancária iniciava uma das mais longas e vitoriosas greves dos seus 84 anos de história: após 69 dias de paralisação, os banqueiros acabaram concedendo 31% de aumento. O preço pago foi alto, com forte repressão do governo. Houve perseguições e demissões após a greve. Desde então, nesta data comemora-se o Dia do Bancário.

Para marcar a data na cidade, o Sindicato dos Bancários de Maringá e Região realiza hoje, na avenida Getúlio Vargas esquina com a Santos Dumont, um ato relembrando a data e dando início às mobilizações da campanha salarial 2011. Será montado um estande para chamar a atenção da categoria e da sociedade para o dia de luta.

Segundo o sindicato, o banco é uma das empresas que mais lucra no país e no mundo. “Os lucros podem ser considerados exorbitantes. Somente os seis maiores bancos do país lucraram mais de R$ 25 bilhões somente no primeiro semestre deste ano. Esse valor é 26,7% maior que os ganhos obtidos no mesmo período do ano passado”, comenta o presidente da entidade, Claudecir de Souza.

“O que precisamos mostrar à sociedade é que essas empresas, que embolsam bilhões, são também as que mais desrespeitam o trabalhador. Os bancários estão entre as categorias que mais sofrem assédio moral e outras formas de pressão para produzirem cada vez mais para saciar a ganância do banqueiro”, acrescenta.

Outro ponto que o sindicato pretende chamar a atenção é para o que chama de “expulsão” do cliente das agências. “O banco não quer mais o cliente dentro da agência, mas apenas o seu dinheiro. Estão buscando nas terceirizações, seja através de lotéricas, bancos postais e a utilização dos caixas automáticos, o fim do atendimento ao seu cliente dentro da agência. E quem acaba sendo penalizado é o bancário, que se encontra cada vez mais em menor número para produzir muito mais.”

CAMPANHA SALARIAL

O Dia do Bancário será marcado também pelo lançamento oficial da campanha salarial deste ano. A pauta de reivindicações já foi entregue, segundo o sindicato, aos representantes dos bancos públicos e privados. A categoria pede 5% de ganho real, além da inflação do período medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A título de Participação nos Lucros e Resultados dos bancos, os bancários querem o pagamento mínimo de três remunerações anuais e o valor fixo de R$ 5 mil.
“Diante do ganho dos bancos, acreditamos que é perfeitamente razoável este pedido. Estamos lutando também, nesta campanha, pela elevação do piso da categoria, fim do assédio moral, pela contratação de mais bancários, fim das terceirizações, plano de saúde na aposentadoria, entre outros”, explica Souza.
BANCOS GANHAM R$ 3,5 MILHÕES AO DIA
Além do lucro dos bancos, que crescem vertiginosamente no Brasil, superando inclusive os países sede destas empresas, o sindicato divulga outros dados para chamar a atenção da categoria e dos clientes.

Os bancos no Brasil ganham R$ 3,5 milhões por dia concedendo cheque especial a clientes, segundo dados fornecidos pelo Banco Central. Esse valor corresponde aos juros a que as instituições financeiras cobram dos clientes com as concessões desse tipo de empréstimo a cada dia.

As instituições financeiras cobraram, em média, uma taxa de 188% ao ano por empréstimos no cheque especial, segundo o BC, um percentual que não era visto desde 1999. Por dia, isso dá 0,29%, considerando juros compostos. Os bancos concedem diariamente R$ 1,179 bilhão em empréstimos de cheque especial.
“Com esse ganho, o que essas empresas dão de contribuição à sociedade?”, questiona o presidente do sindicato, acrescentando: “O mínimo que podemos esperar é o reconhecimento do trabalhador, pagando salário justo, dando boas condições de trabalho, respeitando os direitos trabalhistas, humanos, e também o respeito aos seus clientes, garantindo atendimento de qualidade.”

Pelo fim do assédio moral
Uma das bandeiras permanentes de luta do sindicato é contra o assédio moral. A entidade já realizou diversas ações, inclusive com denúncia ao Ministério Público do Trabalho. O tema já foi incluído na convenção coletiva de trabalho assinado entre trabalhadores e patrões no ano passado.
Para se ter uma idéia da extensão do problema, segundo o sindicato, em todo o país o assédio moral atinge 66% dos bancários, segundo consulta a quase 30 mil trabalhadores do ramo financeiro realizado neste ano. Em Maringá, a situação não é diferente. São inúmeros os relatos de bancários que tomam medicamentos para conseguir continuar trabalhando e suportar a pressão.

Fonte: HNEWS

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Um comentário:

  1. E quando essa categoria se prepara para campanha salarial, pode pintar greve por aí. Os bancários reivindicam e com razão - os bancos faturam trilhões e mais trilhões de reais por ano e ainda pagam muito mal os trabalhadores. Abraços

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